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26 février 2012 7 26 /02 /février /2012 18:27

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" Dizer-se que o objectivo da ciência é a verosimilhança tem vantagens sobre a formulação de que o objecto da ciência é a verdade. Esta última pode sugerir que se alcança totalmente o objectivo afirmando a indubitável  verdade  de que todas as mesas são mesas ou de que 1+1=2. Porém, os cientistas procuram teorias, como as de Newton ou Einstein, e nem um  nem outro acreditou que a sua teoria fosse a última.

Em ciência temos de aceitar na nossa investigação enunciados falsos como aproximações, conquanto não sejam demasiado falsos e tenham grande conteúdo de verdade.

(...) A procura da verosimilhança é uma meta mais clara e realista do que a busca da verdade. (...)

Resta-nos somente termos argumentos fortes e razoáveis para pretendermos ter avançado até à verdade, isto é, que a teoria T2 é preferível à sua antecessora T1.

Nunca podemos justificar racionalmente uma teoria, mas podemos justificar racionalmente a  preferência  provisória por uma teoria sobre todo o conjunto de teorias rivais. (...)

Ainda que não possamos justificar a pretensão de que uma teoria seja verdadeira, podemos justificar que tudo parece indicar que a teoria constitui uma aproximação da verdade  maior do que qualquer das teorias rivais propostas até ao momento."

Karl Popper

 

 

" Popper conduz-nos à tese de que uma teoria que não formula claramente as condições da sua própria refutação não é uma teoria científica. (...) Einstein, ao propor a teoria da relatividade generalizada, pôs a sua teoria em jogo , arriscou tudo na sua exposição à falsificabilidade. É isso que define a ciência: não fugir dos eventuais desmentidos da experiência, mas provocá-los; a ousadia das hipóteses e a serenidade na aceitação dos seus riscos. A falsificabilidade pode assim fornecer o procurado critério de demarcação entre a ciência e a não-ciência.

Defensor de uma concepção eminentemente conjectural do conhecimento, Popper vê a história da ciência como uma evolutiva articulação, e transformação, de problemas que, através de várias tentativas, se vão (ou não) solucionando, suscitando novos problemas, e assim sucessivamente.

O que se procura é compreender o crescimento do conhecimento, não é garantir o seu (impossível) fundamento. O desenvolvimento do conhecimento, diz Popper, 'não é um processo repetitivo ou cumulativo, mas um processo de eliminação de erros'."

Manuel  Maria Carrilho

 

 

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26 février 2012 7 26 /02 /février /2012 18:19

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Na raiz das teses nucleares de Popper está uma nova concepção do conhecimento e da ciência. Tradicionalmente, considerava-se que o trabalho da ciência consistia sobretudo na programação e realização de experiências que permitiam efectuar observações rigorosas, observações que se vão registando até que se consiga formular uma hipótese explicativa, eventualmente uma lei, do fenómeno em estudo. A partir daqui, e uma vez aceite a plausibilidade daquela hipótese, o trabalho científico orienta-se para a sua verificação, isto é, para a tentativa da sua aplicação a casos novos mas similares. O procedimento cognitivo que está no cerne deste processo é a indução, que conduz a passagem de um certo número de observações particulares para enunciados universais.

Este processo rodeia ou oculta várias dificuldades. Uma delas ¾ de resto a dificuldade central ¾ havia sido já formulada por David Hume[1]  quando observou que a passagem das observações particulares para um enunciado universal não pode ser racionalmente justificada apenas pelo seu número. Fazemos previsões baseadas na nossa experiência anterior porque possuímos uma disposição, um hábito, para o fazer, não porque seja possível garantir a sua validade racional.

Popper reformulará inteiramente os dados do problema: dirá que a ciência não é indutiva. Substitui o procedimento indutivo pelo de conjecturação e a exigência de verificabilidade pela de falsificabilidade; as conjecturas devem levar à ousada formulação de hipóteses sem preocupação com qualquer tipo de exaustividade observacional; e a falsificabilidade inverte a anterior ordenação metodológica porque agora trata-se de ver se a observação falsifica, ou não (neste caso dir-se-á que corrobora), a hipótese formulada.

Assim, e recorrendo a um exemplo corrente, ao afirmar que "todos os cisnes são brancos" estou a afirmar também que a observação de um só cisne negro basta para afirmar que "nem todos os cisnes são brancos", portanto para refutar aquele enunciado universal. Dito de outro modo, as generalizações empíricas não são, não têm de ser, verificáveis, mas falsificáveis. É, pois, na assimetria verificabilidade/falsificabilidade que se encontra a chave da solução popperiana. A preocupação com a verificação é substituída pela da possibilidade da sua refutação; e esta será tanto maior quanto maior for o conteúdo do que se afirma. Se eu disser que "todos os planetas têm orbitas elípticas" estou a produzir um enunciado com um determinado conteúdo; mas se afirmar que "todos os corpos celestes têm órbitas elípticas" estou a produzir um enunciado com mais informação e conteúdo que, portanto, se expõe mais à falsificabilidade. Em termos simples: quanto mais uma hipótese diz sobre o mundo, maiores são as possibilidades de errar.

 

 

" Segundo uma perspectiva largamente difundida, as ciências empíricas podem caracterizar-se pelo facto de utilizarem ‘métodos’ ditos ‘indutivos’. (...) É corrente designar por ‘indutiva’ uma inferência se ela passa de enunciados singulares/particulares, tais como os resultados de observações, a enunciados universais, tais como hipóteses ou teorias.

Está longe de ser evidente que, de um ponto de vista lógico, haja justificação para inferir enunciados universais a partir de casos particulares, por mais numerosos que estes sejam; qualquer conclusão obtida por este processo pode sempre, com efeito, revelar-se falsa: pouco importa o grande número de cisnes brancos que possamos ter observado, pois ele não justifica que todos os cisnes sejam brancos."

K. Popper

 

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[1]  David Hume (1711-1776), filósofo escocês, mostrou que, sendo a experiência sensorial a origem dos dados do conhecimento, e sendo essa experiência, sempre, apenas válida para cada caso particular, não há legitimidade na indução. Assim, nada justifica a esperança de uma causa produzir no futuro um determinado efeito, só por isso ter sucedido antes. Questionando o princípio da causalidade, Hume declara impossível o conhecimento universal e necessário da ciência. Afirma que só por hábito e crença (factores psicológicos) admitimos a validade do conhecimento científico.

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9 février 2012 4 09 /02 /février /2012 11:43

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A construção do facto científico

 

A Ciência não é um monumento rígido e imutável, mas antes um processo (em constante transformação), uma tentativa de compreender e explicar os fenómenos. Desenvolvendo-se progressivamente, a ciência é hoje entendida como uma construção racional, assente fundamentalmente em dois planos: o experimental e o lógico-matemático.

 

«A Ciência não aparece como a simples constatação de uma verdade dada, que se encontraria ou revelaria, mas como ma produção de conhecimentos.»

L. Althusser

 

«Na vida científica os problemas não se põem por si mesmos. Para um espírito científico, todos os conhecimentos são uma resposta a uma interrogação, a uma questão. Não havendo interrogação, não pode haver conhecimento científico. Em ciência, nada acontece por si, nada nos é dado, tudo é construído

G. Bachelard

 

Ao mundo percebido[1] a Ciência substitui um mundo construído. Essa construção é ao mesmo tempo conceptual (teórica) e técnica[2].

 

«Por oposição à percepção imediata, o conhecimento científico transforma as qualidades em quantidades (o aparecimento da ciência é o aparecimento da medida; em vez do “vivido” sonoro e colorido, a ciência descobre vibrações das quais se pode medir o comprimento de onda, a frequência). À diversidade empírica, a ciência substitui a unificação racional. Para a Química, os corpos infinitamente diversos reduzem-se a uma centena de corpos simples, susceptíveis de se combinarem de diversas formas.»

D. Huisman e A. Vergez

 

«A ciência moderna é racional, isto é, não consta de elementos empíricos, mas é essencialmente uma construção do intelecto.»[3]

F. Selvaggi

 

O conhecimento científico como rectificação do saber e aproximação da verdade 

«Não há nas ciências experimentais, nem mesmo na Matemática, posições definitivas e irreformáveis. Toda a verdade científica aparece, em certo sentido, como provisória, susceptível de revisão, de aperfeiçoamento, às vezes mesmo de uma completa reposição em causa. Todosos conhecimentos científicos são aproximados

F. Selvaggi

 

Revisibilidade - A Ciência tem necessidade de revisões e de correcções; a Ciência procede por aproximações sucessivas.

 

A Ciência, como forma de mentalidade, opõe-se à mentalidade dogmática e mítica: nada considera sagrado e absoluto, tudo profana e relativiza. A Ciência é crítica e anti-dogmática. Todos os factos estão sujeitos à dúvida; as asserções têm de fundamentar-se lógica e experimentalmente. Na atitude científica problematiza-se tudo, mesmo as “evidências”.

 

Em Ciência, o problema do erro tem primazia sobre o problema da verdade. O erro é importante para que o cientista se possa aproximar da verdade: é pela constatação e eliminação/rectificação dos erros que a Ciência se vai aproximando da verdade. Diz-nos Bachelard: «Não há verdades primeiras, mas erros primeiros»; «Conhece-se contra um conhecimento anterior, destruindo-o.»

 

A razão científica é polémica[4] e não arquitectónica[5]. Afirma ainda Bachelard: «A verdade só ganha sentido ao fim de uma longa polémica». O conceito “polémica” refere-se precisamente ao carácter de não acabamento da ciência: o conhecimento científico é aproximado, aberto e dinâmico; não há saberes definitivos, tudo é provisório e em permanente reconstrução.

 

A Ciência como obra colectiva e interdisciplinar

Há muito que a ciência deixou de ser actividade de personalidades isoladas para consistir no trabalho de investigadores apoiados em grupos e auxiliares. Hoje é indispensável o diálogo entre todos os cientistas, tanto da mesma área de investigação como de áreas complementares e até distintas.

 

A Ciência deve evitar o pragmatismo e assumir-se como atitude problematizadora

«Hoje, o perigo maior que a ciência corre é o chamado pragmatismo[6]. As grandes revoluções no viver dos homens derivam tanta vez de pesquisas e construções teóricas de que não se esperariam tais resultados. Acima de tudo, a ciência tem de insuflar nos homens uma maneira de pensar e de encarar as coisas, a tensão problematizadora, e de os levar a compreender o universo em que se situam e a própria humanidade. Ela vale principalmente como atitude, forma de mentalidade, e como sistema explicativo do mundo, racionalmente acessível, testável nas suas explicações.»

Vitorino Magalhães Godinho .


Tarefa

 

Destaque as ideias essenciais do texto que a seguir se apresenta:

 

«(…) a ciência é muito mais mutável do que a teologia. O problema tem uma primeira res­posta extremamente clara: a teologia, baseando‑se no inverificável, pode ter uma grande estabilidade; em contrapartida, a ciência faz surgir incessan­temente dados novos que contradizem e tornam obsoleta a teoria estabe­lecida. O aparecimento de dados novos necessita de teorias mais latas ou diferentes. Estes novos dados surgem de forma non‑stop, porque o movi­mento da ciência moderna é ao mesmo tempo um movimento de aperfei­çoamento dos instrumentos de observação e de experimentação (desde a luneta de Galileu até ao radiotelescópio e aos instrumentos de detecção pa­ra uso dos satélites e dos viajantes do espaço). Viu‑se bem o que aconteceu com a exploração de Saturno: as observações feitas anteriormente não eram falsas; eram totalmente insuficientes e, assim, induziam teorias erróneas.

Não há apenas o problema dos dados que mudam as teorias; a própria visão das teorias muda. Karl Popper disse que as teorias não são induzidas dos fenómenos, mas são construções do espírito, mais ou menos bem apli­cadas ao real, isto é, são sistemas dedutivos. Por outras palavras, uma teo­ria nunca é, enquanto tal, um 'reflexo' do real. A partir daí, uma teoria cien­tífica é admitida, não por ser verdadeira, mas por resistir à demonstração da sua falsidade. Popper concebe assim a história das teorias científicas em analogia com a selecção natural: são as teorias mais adaptadas à explicação dos fenómenos que sobrevivem, até que o mundo dos fenómenos depen­dente da análise se alargue e exija novas teorias. Aqui, Popper inverteu a problemática da ciência; julgava‑se que a ciência progredia por acumulação de verdades; ele mostrou que a progressão se faz sobretudo por elimina­ção de erros na procura da verdade.

Thomas Kuhn mostrou claramente no seu livro A Estrutura das Revolu­ções Científicas que a ciência evolui não só 'progressivamente', não só 'se­lectivamente', mas também 'revolucionariamente', por revoluções ao nível dos princípios de explicação, ou paradigmas, que comandam a nossa visão do mundo(…)

Descobrimos que a verdade não é inalterável, mas frágil, e creio que es­ta descoberta, como a do cepticismo, é uma das maiores, das mais belas, das mais comovedoras do espírito humano. Num dado momento, percebe­‑se que se pode pôr em dúvida todas as verdades estabelecidas. Mas, ao mesmo tempo, o cepticismo ilimitado comporta a sua autodestruição, visto que a proposição 'não existe verdade' é, de facto, uma proposição sobre a ausência de verdade; e é uma afirmação que tem o mesmo carácter dog­mático e absoluto que as verdades condenadas em nome do cepticismo.

É interessante ver que o problema do erro transforma o problema da verdade, mas não o destrói; a verdade não é negada, mas o caminho da ver­dade é uma busca sem fim; cabe a cada um a escolha; os caminhos da ver­dade passam pela tentativa e o erro; a busca da verdade só pode fazer‑se através da errância e da itinerância[7](...)

No domínio teórico, as verdades mais fundadas são as que se fundam nesta negatividade, isto é, as que são os antierros; é aí que o antierro se torna uma verdade; é este o sentido da ideia popperiana e é a grandeza da aventura científica, (…)

Qual é a diferença en­tre a teoria e a doutrina? É que a teoria é aberta e aceita arriscar a sua pró­pria morte na refutação, enquanto a doutrina se fecha e encontrou a sua prova de uma vez para sempre na sua fonte, que se torna um dogma: a au­toridade dos pais fundadores; é por isso que o dogma recita incessante­mente as palavras dos seus pais fundadores! (…)»

Edgar Morin, Ciência com Consciência.

 



[1] Mundo percebido = realidade espontânea e passivamente observada.

[2] Criam-se artifícios técnicos para transpor a observação no campo espacial e visual (por exemplo, a sensação muscular do peso, subjectiva  imprecisa, é substituída pela apreciação visual da posição da agulha na balança). A observação científica supõe instrumentos, requer uma manipulação. O instrumento pressupõe, por sua vez, uma teoria (por exemplo, o termómetro pressupõe a teoria da dilatação). Como diz Bachelard: «Um instrumento é uma teoria materializada.»

[3] A Ciência, ao marginalizar o mundo do conhecimento imediato dos objectos, constrói ela própria outros objectos e outro mundo.

[4] Polémica - refere-se aos movimentos de rectificação sucessivos.

[5] Arquitectónica - como se fosse uma estrutura fixa, imóvel.

[6] Pragmatismo - doutrina que estabelece como critério de verdade a utilidade e a fecundidade das teorias/conhecimentos.

[7] Itinerância – refere-se à constante procura de novos caminhos, métodos.

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9 février 2012 4 09 /02 /février /2012 11:24

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2 janvier 2012 1 02 /01 /janvier /2012 13:43

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Texto de apoio

 

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Hartmann 2 

 

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ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DO PROCESSO DE CONHECIMENTO

(Caracterização do fenómeno do conhecimento)

 

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29 novembre 2011 2 29 /11 /novembre /2011 02:16

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A falácia do homem de palha (também falácia do espantalho) é um argumento informal baseado na representação enganosa das posições defendidas por um oponente. "Armar um 'homem de palha'" ou "tramar um argumento 'homem de palha'" é criar uma posição que seja fácil de refutar, e em seguida, atribuir essa posição ao adversário. Uma falácia do homem de palha pode ser de facto uma técnica de retórica bem-sucedida (isto é, pode conseguir convencer as pessoas) mas, é realmente uma falácia desinformativa porque a argumentação real do oponente não é refutada.

O nome da falácia deriva da prática de se usar espantalhos no treinamento de combate. Em tal prática, um "homem de palha" representa o inimigo, e é criado apenas para que possa ser atacado.

Ilustrando: imagine-se um homem que diz "Vou bater em Hollyfield para provar que sou forte". O homem monta um espantalho e diz "Este aqui é Hollyfield", e então bate no espantalho. Da mesma forma, uma pessoa que recorre a esta falácia ataca um falso argumento com o intuito de derrubar o argumento verdadeiro, como alguém que põe um espantalho no lugar do oponente genuíno e então luta contra esta versão mais fraca de oponente.

Fonte: Wikipédia

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29 novembre 2011 2 29 /11 /novembre /2011 01:25

 

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A discussão crítica, a avaliação de argumentos e das teorias propostas pelos filósofos ou analisadas pelos filósofos são elementos fundamentais da actividade filosófica. Neste contexto importa distinguir muito bem bons e maus argumentos. Em filosofia argumentos bons chamam-se cogentes. Mas o que é um argumento cogente?
Há algumas condições necessárias para um argumento ser cogente. Em primeiro lugar tem de tratar-se de um argumento válido, em segundo lugar tem de ser um argumento sólido (válido com premissas verdadeiras). Por último, além das condições anteriores, as premissas devem ser mais plausíveis (aceitáveis, evidentes) do que a conclusão. E devem ser mais plausíveis, aceitáveis e evidentes, aos olhos de quem argumenta ou contra-argumenta connosco. Assim, um argumento cogente é persuasivo, convincente, porque o nosso interlocutor/auditório, no uso das capacidades racionais assim o reconhece, considerando aquilo que se sabe e o estado cognitivo dos interlocutores.


Exemplo de argumento cogente:
Os bebés não têm deveres.
Se só tivesse direitos quem tem deveres, os bebés não teriam direitos.
Mas os bebés têm direitos.
Logo, é falso que só tem direitos quem tem deveres.

Exemplo de argumento incogente:
Se a vida é sagrada, o aborto é imoral.
A vida é sagrada.

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8 novembre 2011 2 08 /11 /novembre /2011 12:43

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8 novembre 2011 2 08 /11 /novembre /2011 12:39

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7 novembre 2011 1 07 /11 /novembre /2011 00:46

platao

 

 

Para Platão a Filosofia é o conhecimento do Ser, a procura das Ideias universais, daquilo que permanece para além da aparência sensível e fugidia.

O problema do conhecimento está ligado ao problema do Ser (a cada grau doconhecer corresponde um determinado grau de Ser). O conhecimento verdadeiro deverá ser rigoroso e universal, tendo por objecto o Ser (o que permanece) e não os objectos sensíveis e a mobilidade que os caracteriza. Da percepção sensível, dado o seu fluir constante, não é possível elaborar um conhecimento verdadeiro/autêntico.

Teoria das Ideias

Platão fala-nos de dois mundos, ou dois planos da realidade radicalmente diferentes:

- O Sensível ® tudo o que é percebido/captado pelos sentidos; a este nível da realidade corresponde um nível de conhecimento básico/elementar ¾ a opinião (doxa), conhecimento imediato, baseado na experiência sensível.

- O Inteligível ® (Mundo das Ideias/Formas); trata-se de uma realidade que só pode ser apreendida através de um esforço de elevação do espírito, da razão; as Ideias, ao contrário dos objectos sensíveis (sujeitos à mudança, ao movimento, ao devir, à contingência), são eternas, necessárias, imutáveis; este plano da realidade é o objecto da Ciência/Sabedoria (= a este nível da realidade corresponde a Ciência/Sabedoria).[1]

 

Noção de Participação.

As Ideias são fundamento do ser dos objectos sensíveis. Isto significa que uma coisa sensível só existe na medida em que participa[2] das Ideias. Em termos muito simples, as árvores só são árvores enquanto participam da Ideia de árvore. É neste sentido que se diz que a ideia é um arquétipo, ou seja, um modelo de ser. A realidade verdadeira reside, pois, num mundo arquetípico. Resumindo: as Ideias são modelos originais  e originantes; são Formas Puras que, sendo apenas inteligíveis, dão existência aos objectos do mundo sensível.

O método dialéctico.

O conhecimento das Ideias é possível graças ao poder dialéctico da razão[3]. Para se aproximar do mundo das Ideias ou Formas, o método dialéctico exige que o espírito passe por três graus de conhecimento: o sensível, o discursivo (matemática) e o intelectivo (conhecimento racional intuitivo).

 

O espírito eleva-se do múltiplo, da aparência sensível, até ao Uno, universal e inteligível (Ideias).

 

A contemplação das Ideias exige uma autêntica purificação (catarse). O homem, pela dialéctica, purifica-se.

 

Ideia de Bem

Dado que existem muitas Ideias ¾ Justo, Belo, Igual, Homem, etc. ¾ impõe-se encontrar uma que unifique a multiplicidade do mundo inteligível: é a Ideia de Bem. O Bem é o Sol da Ideias; todas as demais dele participam.

O Bem corresponde no mundo do ser ao que o Sol é no mundo sensível. O Bem não só torna cognoscíveis as substâncias que constituem o mundo inteligível, mas dá-lhes ainda o ser de que são dotadas. Neste sentido podemos dizer que o Bem é a causa das Ideias. Diz Platão:

«As coisas cognoscíveis não derivam do Bem somente a sua cognoscibilidade, mas também o ser e a substância, enquanto o Bem não seja não seja substância mas, em querer e poder, se situe ainda acima da substância.»

O Bem é a própria perfeição, ao passo que as Ideias são perfeições, isto é, bens; e não é o Ser, porque é a causa do Ser.

 

A Ontologia e a Gnoseologia em Platão: analogia ser/conhecer.

Platão concebe o real a duas dimensões: o chamado mundo sensível (perceptível através dos sentidos e, em rigor, não real) em que tudo está em constante transformação, e o chamado mundo inteligível (só captável através do exercício da razão), que é perene, imutável e eterno. E se existem dois modos de apreensão e compreensão do real, existem dois tipos de conhecimento: um verdadeiro, outro ilusório. Ao verdadeiro dá Platão o nome de Sofia (sabedoria), ao ilusório chama Doxa (opinião). 

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[1] Por outras palavras: Platão concebe o real a duas dimensões: o chamado mundo sensível (perceptível através dos sentidos e, em rigor, não real) em que tudo está em constante transformação, e o chamado mundo inteligível (só captável através do exercício da razão), que é perene, imutável e eterno. E se existem dois modos de apreensão e compreensão do real, existem dois tipos de conhecimento: um verdadeiro, outro ilusório. Ao verdadeiro dá Platão o nome de Sofia (sabedoria), ao ilusório chama Doxa (opinião).

[2] Participação = Imitação = Cópia.

[3] Poder da razão em escender gradualmente, de hipótese em hipótese, até às Ideias.

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